Helen Keller



Nascida aos vinte e sete dias do mês de junho de 1880, na cidade de Tuscumbia (Alabama, EUA), Helen Adams Keller teve suas primeiras experiências com o mundo (imitar tudo o que os outros faziam, “pipilar” os primeiros sons, aprender as primeiras palavras) em uma pequena casa, coberta de videiras, trepadeiras de rosas e madressilvas. Esses dias felizes, segundo a própria Helen Keller, no entanto, não duraram muito.

No sombrio mês de fevereiro de 1982, com apenas 18 meses de vida, a doença que fechou seus olhos e ouvidos, chegou.

O médico achou que eu não conseguiria sobreviver. Numa manhã bem cedo, porém, a febre foi embora tão súbita e misteriosamente como chegara. Houve uma grande alegria na família naquela manhã, mas ninguém, nem mesmo o médico, sabia que eu jamais enxergaria ou ouviria de novo.

Apesar de não se recordar totalmente do que aconteceu nos primeiros meses após acometida pela doença, Helen Keller descreve algumas lembranças desse período: agarrar-se ao vestido da mãe enquanto ela fazia suas tarefas; tocar cada objeto e registrar cada movimento, criar algum tipo de comunicação por meio de gestos (aperto de mão era “não” e acenar com a cabeça era “si” ou imitar cortar o pão quando queria comê-lo, entre outros); os quais a mãe e a pequena Martha, filha da cozinheira, compreendiam perfeitamente. Mas, ao mesmo tempo, notava que as demais pessoas não usavam sinais como ela, falavam apenas com a boca – o que a deixava perturbada e irritada. “Não me recordo quando percebi pela primeira vez ser diferente das outras pessoas, mas eu sabia disso [...]”.

Gradualmente acostumei-me ao silêncio e à escuridão que me rodeavam e esqueci que algum dia fora diferente, até que ela chegou [...].

No dia 03 de março de 1887, três meses antes de Helen Keller completar 7 anos, Anne Mansfield Sullivan chegou a residência da família Keller:

Senti passos que se aproximavam. Estiquei a mão imaginando que era mamãe. Alguém a pegou e fui levantada e abraçada bem apertado pela pessoa que viera revelar todas as coisas para mim e, mais do que todas as coisas, me amar”.

No início Helen Keller, também, se rebelou contra Anne Sullivan, mas com o passar dos dias passou a ficar encantada com o que chamava de “jogo com os dedos”, e passou a imitar sua professora.

Quando finalmente consegui fazer as letras corretamente, fiquei vermelha de prazer e orgulho infantil. Descendo a escada correndo em busca de minha mãe, estendi a mão e imitei as letras para boneca. Não sabia que estava soletrando uma palavra ou mesmo que palavras existiam; eu simplesmente estava deixando meus dedos macaquearem uma imitação. [...] Mas só depois de minha professora estar comigo há várias semanas eu entendi que tudo tinha um nome.

O próximo passo, foi aprender a ler:

Assim que consegui soletrar algumas palavras, minha professora me deu pedaços de cartolina com palavras impressas com letras em relevo. Assim que consegui soletrar algumas palavras, minha professora me deu pedaços de cartolina com palavras impressas com letras em relevo. [...] Do pedaço de cartolina impressa foi só um passo para o livro impresso.

A medida que seu conhecimento crescia, Helen Keller sentia-se cada vez mais encantada com o mundo. Apesar de por muito tempo não ter aulas regulares, no ano de 1896, acompanhada de sua professora, Helen Keller matriculou-se na Escola Cambridge para Moças, em Massachusetts. Um ano depois, prestou o exame preliminar para o Radcliffe College no qual passou com distinção e, posteriormente, foi diplomada cum laude.

Quer saber ainda mais sobre esta história inspiradora? Acesse cada uma das imagens e descubra um pouco mais sobre a história desta mulher inspiradora que foi Helen Keller.

1888 - Helen Keller e Anne Sullivan (New England Historic Genealogical Society).

Sem data - Helen Keller e Anne Sullivan (Library of Congress)

1913 - Helen Keller, possivelmente no International Flower Show, em Nova York (Library of Congress)

Livro Autobiográfico de Helen Keller