Nossa História



Em 1º de julho de 1954, idealizada pelo Professor José Ferreira Martins Junior, com apoio do legislativo municipal, por intermédio da Lei Ordinária N.º 349, de 03 de maio de 1954, foi inaugurada a Escola para Cegos “Helen Keller”, em Ribeirão Preto.

Considerada como o primeiro serviço para o atendimento da pessoa cega da cidade de Ribeirão Preto e região, a fundação da mesma se deu, essencialmente, porque os familiares das pessoas cegas não dispunham de conhecimento a respeito do sistema Braille e a importância desse método para a alfabetização e a educação das mesmas. Pelo contrário, muitas tinham vergonha de ter uma pessoa com deficiência em casa, e tampouco sabiam que estas poderiam aprender e se desenvolver tanto quanto ou igual a uma pessoa “normal”. Diante desse necessário, o Prof. José Ferreira Martins Junior criou uma escola onde os cegos tivessem acesso ao conhecimento através do sistema Braille. Ele creia que ao oportunizar educação e instrução, estas seriam úteis aos próprios alunos da escola, assim como à sociedade, pois permitiriam que as pessoas cegas não mais fossem vistas como dignas de dó, mas sim, com direitos e deveres que contribuíssem para sua integração à sociedade.

A Escola funcionou inicialmente (1954-1959) em 2 salas das dependências da Escola SENAC local, de segunda à sexta-feira, das 13h às 15h, sendo 1 sala destinada à Alfabetização em Braille e 1 para Trabalhos Manuais. Posteriormente, diante da preocupação de melhor atender aos estudantes, no ano de 1956, iniciou-se um movimento público através dos jornais e rádios locais, para arrecadação de verba e materiais para a construção da sede própria da escola. Entretanto, apesar de ganhar da prefeitura de Ribeirão Preto, em 1957, um terreno para a construção da mesma, no ano de 1959, após iniciadas às obras e mediante a questões políticas, o prédio que seria a sede da escola, não segue adiante. O prédio tal como idealizado, nunca saiu do papel.

Em 1959, apesar de todos os percalços enfrentados, a Escola para Cegos “Helen Keller” passou a funcionar nas dependências da Associação dos Cegos de Ribeirão Preto (ACERP), mais conhecida como Lar dos Cegos, ocupando duas novas salas construídas para este fim. Diante dessa nova possibilidade, além da alfabetização e dos processos manuais, passaram a ofertar estudos sobre conhecimentos gerais, atividades da vida prática e mobilidade como parte do processo de aprendizagem do cego, bem como montou-se uma ampla Biblioteca Braille, com cerca de 81 obras – considerada, na época, como a única do gênero no país –, um Museu (tátil) e cursos de tricô para as mulheres e elementos práticos de marcenaria para os homens.

Apesar de todo o trabalho realizado ao longo de quase 40 anos, com a chegada da década de 1990 e as mudanças definitivas no formato e na estrutura tanto dos espaços que atendiam as pessoas com deficiência visual e cegas, quanto à necessidade cada vez maior de alguns de estarem mais no mercado de trabalho do que estudando, a Escola para Cegos “Helen Keller” deixou de existir.


1954 - Festa de Natal da Escola para Cegos "Helen Keller".


15/10/1960 - Prof. José Ferreira Martins Jr. oferecendo uma flâmula ao Professor de Trabalhos Manuais, Cristovão Viudes, em homenagem ao Dia dos Professores.


1966 - Encerramento das aulas e do ano letivo.


07/04/1957 - Solenidade do lançamento da pedra fundamental do edifício da Escola "Helen Keller". Na foto, o Diretor, José Ferreira Martins Jr., discursando


1965 - Festa comemorativa do 100º aniversário de Julia Alves (cega), sentada na cadeira de rodas.


Não datada - Prof. José Ferreira Martins Júnior orientando um senhor na escrita na reglete.